O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concordou que foi um erro anunciar a isenção do Imposto de Renda junto com o pacote fiscal, mas avaliou que a reação negativa do mercado foi exagerada.
A equipe econômica reclama que o mercado reagiu sem analisar mais profundamente as medidas, declarando que a economia de gastos não é suficiente para zerar o déficit no ano que vem.Nesta sexta-feira (29), será a hora de pedir apoio e compreensão do sistema financeiro em almoço da Federação Nacional dos Bancos (Febraban), em São Paulo. No encontro de fim nde ano da entidade, a equipe econômica vai comparecer em peso: Fernando Haddad, Simone Tebet, Esther Dweck e Gabriel Galípolo.O governo trabalha com um cenário em que as turbulências no mercado vão persistir por mais alguns dias e semanas, mas que o clima deve se acalmar quando for construído um acordo no Congresso para aprovar as medidas. Até isso se consolidar, Haddad vai procurar convencer o mercado financeiro a esperar a evolução das negociações no Legislativo.A equipe econômica tem um relacionamento melhor com a Febraban, que reúne principalmente os grandes bancos brasileiros, do que com as corretoras do mercado financeiro, a chamada Faria Lima. Ontem, por sinal, a entidade soltou uma nota destacando os pontos positivos do pacote final.Mas não deixou de fazer alertas ao final da nota, lembrando que o governo não tratou da vinculação de receitas à saúde e educação. E também foi uma falha misturar algo positivo, como a isenção do Imposto de Renda, com medidas para contenção de gastos.O presidente Lula não gostou da reação negativa às medidas fiscais, diz que não pode governar pensando em agradar o mercado e afirmou que está acostumado com essas reações quando são anunciadas medidas para beneficiar os mais pobres. Aos que reclamam das medidas, ele diz que fará o que for necessário para garantir um crescimento econômico sustentável.Um interlocutor de Lula comentava ontem que estava em busca de um manual de instruções do mercado para entender como ele funciona.- Esta reportagem está em atualização
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