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Matupá,04/01/2025

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Dino bloqueia emendas de comissão do Senado, mas permite pagamento de recursos reservados até 23 de dezembro

jornaldematogrosso.com.br
Dino bloqueia emendas de comissão do Senado, mas permite pagamento de recursos reservados até 23 de dezembro
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Ministro do STF tomou a decisão após manifestação do Senado. Ele negou pedido para desbloqueio total das emendas. Decisão segue mesma linha da tomada em relação à Câmara. O ministro do STF, Flávio Dino, em imagem de 2024

Gustavo Moreno /STF

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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (30) bloquear as emendas de comissão indicadas por líderes do Senado em ofício encaminhado ao governo.

O ministro, no entanto, permitiu que sejam pagas as emendas que foram "empenhadas", ou seja, reservadas no Orçamento, até o dia 23 de dezembro.

A decisão foi tomada pelo ministro após o Senado prestar informações sobre como foram aprovadas as emendas de comissão pela Casa.

As indicações das emendas foram assinadas por 11 lideranças do Senado e, somadas, representam R$ 2,5 bilhões em recursos que serão destinados para obras e outras ações em estados e municípios.

O ministro adotou para o Senado o mesmo entendimento que utilizou para bloquear R$ 4,2 bilhões das emendas de comissão da Câmara.

Flávio Dino afirmou que a resposta repassada pelo Senado não contém as atas de comissões aprovando as indicações (ou especificações) dos líderes.

"O que conduz à mesma contradição visceral: como empenhar uma 'emenda de comissão' cuja indicação do beneficiário e o valor a ser a ele repassado não foram aprovados pela comissão?", questionou o ministro.

Para Dino, esse controle pelo colegiado parlamentar não é um detalhe de menor importância. O ministro destacou que regras do Congresso impõem "requisitos e procedimentos que devem ser aferidos pela Comissão Parlamentar competente".

"Mais uma vez, diferente de versões desacertadas, não se trata de o STF 'invadir' a esfera do Poder Legislativo ou 'judicializar' a política. E, sim, de legítimo controle jurisdicional de validade de atos administrativos, em razão de regras aprovadas pelo Congresso Nacional", escreveu Dino.

Impasse sobre emendas

AGU recomenda que governo mantenha bloqueado pagamento de R$ 4,2 bi em emendas

Na última segunda (23), Flávio Dino determinou a suspensão do pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão de 2024 da Câmara – e mandou a Polícia Federal investigar a liberação desse valor.

Essa decisão de Dino colocou em dúvida um ofício editado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e por líderes partidários da Câmara que, em tese, "confirmou" as indicações de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão.

???? Emendas parlamentares são verbas previstas no Orçamento da União e que são pagas conforme indicação dos deputados e senadores. Os parlamentares destinam os valores para obras em seus estados ou municípios.

???? As emendas de comissão são parte dessas verbas. Pelas regras atuais, cabe a cada comissão permanente da Câmara e do Senado chegar a um acordo sobre a indicação desses valores, aprovar as emendas e registrar essa aprovação em ata.

???? Desde agosto, Flávio Dino vem restringindo o pagamento dessas emendas e cobrando que Executivo e Legislativo cheguem a um modelo mais transparente para divulgar o detalhamento desse dinheiro: quem indicou, onde o dinheiro está e em que será gasto, por exemplo.

Nesta segunda-feira, a Advocacia-Geral da União orientou ao governo que não execute as emendas que estão sendo alvo de questionamentos no STF.

No parecer, a AGU defendeu uma "interpretação mais segura" da decisão de Dino. Isso porque, segundo o órgão, há uma "dúvida razoável" em relação ao despacho de Flávio Dino.

A AGU também enviou a Dino um pedido para que sejam liberadas todas as emendas empenhadas até 23 de dezembro. E também solicitou esclarecimentos sobre as últimas decisões tomadas pelo ministro do Supremo.

O órgão do governo pede prioridade na liberação de emendas parlamentares destinadas à área da saúde.

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