Morre menina de 4 anos envenenada no Piauí, a sétima vítima da mesma família
(FOLHAPRESS) - A menina Maria Gabriele Fontenele, 4, morreu na noite desta terça-feira (21) vítima de envenenamento em Parnaíba (a 318 km de Teresina), após passar 20 dias internada em estado grave no Hospital de Urgência na capital do Piauí.
"A direção do HUT informa que todos os reforços foram realizados para o pronto restabelecimento da menor, lamenta o ocorrido e se solidariza com familiares e amigos neste momento de dor". O corpo da menina será sepultado em Parnaíba.
Maria Gabriele teve os quatro irmãos envenenados, sendo um bebê de um ano e oito meses e outra de três anos, a mãe e o tio mortos em 1º de janeiro deste ano. Em agosto, os irmãos de 7 e 8 anos também morreram intoxicados.
Durante almoço de Réveillon, oito pessoas entre familiares e vizinhos foram intoxicadas em Parnaíba. O laudo da Polícia Científica do Piauí confirmou a presença de terbufós, um veneno usado como praga para plantas e componente do chumbinho no arroz consumido no dia 1º de janeiro.
A vizinha envenenada, Maria Jocilene da Silva, 41, voltou a ser internada na manhã desta quarta-feira (22) com suspeita de intoxicação. Ela foi levada às pressas ao Hospital Regional Dirceu Arcoverde em Parnaíba, por volta das 9h, após visitar a residência da família envenenada e consumir café e suco.
A direção do hospital informou que ela está com quadro grave, mas estável.
A Polícia Cientifica coletou materiais na residência da família e na casa de Jocilene, que mora no mesmo bairro. A Polícia Civil disse que só vai se posicionar sobre o caso com o resultado das perícias.
Em agosto do ano passado, a família da menina viveu a mesma tragédia. Os irmãos dela, Ulisses Gabriel da Silva, 8, e João Miguel da Silva, 7, também morrerem envenenados.
A aposentada e vizinha dos garotos, Lucélia Maria da Conceição, 52, foi presa suspeita de envenenar os irmãos com cajus, mas ela foi solta após quatro meses e 20 dias. Durante a prisão, ela teve a casa incendiada e foi ameaçada de morte.
A reviravolta no caso ocorreu após a prisão do padrasto, que agora é suspeito de ter envenenado os garotos em agosto.
O delegado Abimael Silva, que investiga os dois casos em Parnaíba, afirmou que está revendo depoimentos de 18 pessoas e aguarda laudos para a conclusão do inquérito.
"Fiz uma reinquirição de todas as testemunhas para tirar as dúvidas no dia do crime e para não ficar nenhuma lacuna", disse o delegado.
A intenção, segundo Silva, é ouvir novamente as testemunhas e colher depoimentos de pessoas que não foram ouvidas, para melhor detalhar a cronologia após a festa de Réveillon. "Queremos saber quem andou na cozinha e quem almoçou no dia da intoxicação. O padrasto foi o único que esteve na cozinha e apresentou depoimentos controverso."
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