Uma semana de Trump: veja o que aconteceu
A primeira semana do segundo mandato de Donald Trump foi marcada pelo início das deportações em massa, falas polêmicas, mudanças no governo e cumprimento de promessas.
20/01 – Dia da posse
Retirada do Acordo Climático de Paris – formalizou a retirada dos EUA do Acordo Climático de Paris novamente. Trump fez isso em seu primeiro mandato, mas Biden havia aderido ao acordo. O presidente também assinou uma carta a ONU explicando a retirada
Perdões para réus de 6 de janeiro: Trump perdoou mais de 1.500 pessoas que invadiram o Capitólio dos EUA em janeiro de 2021, durante a certificação das eleições do ano anterior
Endurecimento da política migratória: O republicano assinou uma lista de ações executivas sobre imigração que levarão à repressão, também designou cartéis de drogas como organizações terroristas estrangeiras e declarou emergência nacional na fronteira sul dos EUA; além disso, um programa iniciado pelo governo Biden para a entrada legal de imigrantes nos EUA foi encerrado no dia da posse de Trump, deixando centenas de imigrantes parados na fronteira entre os dois países
Retirada da OMS: Trump anunciou na segunda-feira (20) que está retirando os EUA da Organização Mundial da Saúde, um movimento significativo cortando laços com a agência de saúde pública da ONU em seu primeiro dia no cargo
TikTok: Trump assinou uma ação executiva que adia a proibição do TikTok no país por 75 dias
Investimentos em IA: O novo governo anunciou um investimento privado de até US$ 500 bilhões em infraestrutura de inteligência artificial (IA), em uma iniciativa composta pela OpenAI, Oracle e SoftBank.
21/01 – Segundo dia
Na terça-feira (21) o republicano participou de uma cerimônia religiosa na Catedral Nacional de Washington, que gerou uma das primeiras polêmicas da nova gestão. Na ocasião, a bispa episcopal Mariann Edgar Budde pediu a Trump misericórdia das pessoas que estavam “assustadas” com o que está por vir.
“Há crianças gays, lésbicas e transgêneros em famílias democratas, republicanas e independentes, algumas que temem por suas vidas”, expressou na ocasião.
No dia seguinte o presidente fez uma publicação nas redes sociais afirmando que ela e a igreja deviam um pedido de desculpas ao público.
Posteriormente a religiosa respondeu afirmando que não iria se desculpar.
Ainda na terça-feira, Trump anunciou o investimento de até US$ 500 bilhões em infraestrutura para inteligência artificial no país. A declaração aconteceu na Casa Branca, ao lado de CEOs do ramo da tecnologia.
22/01 – Terceiro dia
A quarta-feira (22) foi marcada pelo fechamento da fronteira entre os EUA e o México, por meio de uma medida assinada pelo republicano que suspendeu a entrada física de imigrantes ilegais pela fronteira sul entre os países.
Sob o decreto, Trump instruiu que os departamentos de Segurança Interna, Justiça e Estado dos EUA a tomarem todas as medidas necessárias para “repelir, repatriar e remover imediatamente” imigrantes ilegais da fronteira sul.
23/01 – Quarto dia
O novo presidente fez um discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, via videoconferência, na quinta-feira (23) onde declarou estar “agindo rapidamente” para acabar com o fluxo migratório na fronteira sul do país, e afirmou que não irá permitir que o “território seja violado”.
Ainda em sua fala para o evento, o republicano afirmou que os esforços americanos para garantir um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia estavam “esperançosamente em andamento”.
No mesmo dia uma equipe da CNN presenciou dezenas de imigrantes sendo deportados dos EUA para o México, em Ciudad Juarez, cidade que fica na fronteira entre os dois países, as deportações se intensificaram nos dias seguintes.
Trump ainda assinou perdões para 23 manifestantes antiaborto no Salão Oval da Casa Branca, que estavam presos sob a Lei de Liberdade de Acesso a Entradas de Clínicas (FACE) do país e anunciou novos nomes para compor o governo:
- Andrew F. Puzder – Embaixador na União Europeia
- L. Brent Bozell III – CEO da Agência dos EUA para a Mídia Global (USAGM)
- Sean Curran – Diretor do Serviço Secreto dos Estados Unidos
24/01 – Quinto dia
A sexta-feira (24) foi marcada pela primeira viagem nacional do presidente desde que assumiu o cargo, ao oeste da Carolina do Norte e Los Angeles, locais atingidos por desastres.
O republicano já havia criticado duramente a resposta das autoridades democratas aos incêndios florestais em Los Angeles que causaram destruição generalizada neste mês.
Durante a viagem ele declarou que a deportação estava “indo muito bem” e expressou novamente o desejo de anexar o Canadá dizendo que “adoraria ver o Canadá ser o 51º estado” dos EUA.
Ainda na sexta-feira o primeiro voo com brasileiros deportados chegou ao Brasil.
O Departamento do Interior do novo governo mudou oficialmente o nome do Golfo do México para Golfo da América, assim como do pico Denali, do Alasca, para Monte McKinley.
25 e 26/01 – Sexto e sétimo dia
Durante o final de semana, sábado (25) e domingo (26), Trump fez declarações e decisões que repercutiram no mundo. No sábado, ele disse que “poderia considerar fazer com que os Estados Unidos voltem a integrar a Organização Mundial da Saúde (OMS)”, sob a condição de diminuição do valor que teria de repassar ao órgão.
No mesmo dia, o governo congelou quase toda a assistência estrangeira no mundo todo, por 90 dias. Isso significa que a ajuda global à saúde, assistência ao desenvolvimento, ajuda militar e até mesmo a distribuição de água limpa podem ser afetadas.
Já no domingo (26) o embate entre Donald Trump e Gustavo Petro, presidente da Colômbia, ficou em evidência após Petro anunciar o bloqueio de voos militares de deportação dos EUA.
Dois voos militares americanos com destino ao país foram rejeitados durante a noite de sábado (25), segundo um rastreador de voos, após uma publicação do presidente na rede social X que estava negando a entrada da aeronave.
Depois da publicação, Trump ordenou tarifas como medida de retaliação contra a Colômbia após recusa de deportados, em resposta Petro também determinou um aumento de tarifas contra importações dos EUA em 25%.
Los EEUU no pueden tratar como delincuentes a los migrantes Colombianos.
Desautorizo la entrada de aviones norteamericanos con migrantes colombianos a nuestro territorio.
EEUU debe establecer un protocolo de tratamiento digno a los migrantes antes que los recibamos nosotros.
— Gustavo Petro (@petrogustavo) January 26, 2025
Mais tarde, a Casa Branca declarou que o país sul-americano concordou com a “aceitação irrestrita” de imigrantes que entraram ilegalmente nos EUA, e que o presidente Trump não cobrará uma tarifa de 25% sobre o país “a menos que a Colômbia não honre este acordo”.
Ainda no domingo, o republicano sugeriu que seria necessário “limpar tudo” na Faixa de Gaza, a declaração foi feita após o governo americano disponibilizar bombas de quase uma tonelada para Israel um dia antes.
27/01 – Oitavo dia
Os primeiros números das prisões decorrentes da blitz contra imigrantes ilegais, que começou no domingo (26), e acontece em diversas partes dos EUA, começaram ser divulgados na segunda-feira (27).
Quase mil pessoas, foram presas no primeiro dia, segundo o Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês).
A operação faz parte de um esforço para reunir um aparato de fiscalização maior no país, conectando uma série de agências federais que receberam permissões relacionadas à imigração sob o governo Trump.
Atlanta, Los Angeles, Austin, Chicago, Colorado e Porto Rico são alguns dos locais que registraram prisões sob a blitz.
O presidente também defendeu o aumento de investimentos para a segurança das fronteiras, assinou uma ordem que elimina programa de diversidade nas forças armadas e reintegrou tropas que foram expulsas por recusar vacinas contra a Covid-19 durante a pandemia, tudo isso na segunda-feira.
28/01 – Nono dia
Nesta terça-feira (28), a Casa Branca fez um post nas redes sociais listando os imigrantes ilegais presos nos últimos dias.
O brasileiro Vitor de Sousa-Lima apareceu na lista, segundo a publicação ele é condenado por homicídio culposo e foi preso pelo ICE Boston no sábado (25).
A publicação mostra imagens de diversos imigrantes de diferentes países como Honduras, México e Etiópia, presos pela operação.
MAKE AMERICA SAFE AGAIN: Vitor De Sousa-Lima, a Brazilian national convicted of vehicular manslaughter, was arrested by ICE Boston on January 25, 2025. pic.twitter.com/sqt8NZb8IP
— The White House (@WhiteHouse) January 26, 2025
Este conteúdo foi originalmente publicado em Uma semana de Trump: veja o que aconteceu no site CNN Brasil.
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