Vereadora de Teresina é presa pela PF por suspeita de ligação com facção criminosa

MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) - A vereadora por Teresina Tatiana Medeiros (PSB) foi presa na manhã desta quinta-feira (3) pela Polícia Federal sob suspeita de ligação com facção criminosa. Ela já havia sido afastada do cargo na Câmara Municipal pela Justiça Eleitoral do Piauí.
Conforme as investigações, iniciadas após a divulgação do resultado das eleições, foram identificados elementos que apontaram vínculo da vereadora a uma facção criminosa violenta e com grande atuação no Piauí.
Segundo a Polícia Federal, existem indícios de que a campanha da parlamentar foi custeada com recursos ilícitos, além de desvios de recursos públicos de uma instituição não governamental, que teve suas atividades suspensas, sendo a partir de agora impedida de receber novos recursos -a Instituição Vamos Juntos foi fundada por Tatiana.
A reportagem tenta contato com a defesa da vereadora Tatiana Medeiros.
O diretório municipal do PSB informou que está acompanhando a situação e que ainda não teve acesso ao conteúdo do inquérito policial, solicitação feita no dia 27 de dezembro de 2024.
"Reiteramos também o compromisso do PSB com a cidade de Teresina, com a transparência e com o devido processo legal, e seguiremos atentos ao andamento deste caso para adotar as medidas cabíveis, conforme já fizemos em relação ao afastamento da vereadora da direção municipal do partido", diz a nota.
Tatiana Medeiros foi eleita em outubro de 2024, com 2.925 votos. Ela era secretária-geral do partido, mas foi afastada da função por conta da operação da Polícia Federal.
O PSB irá instaurar uma comissão de ética que pode resultar na expulsão de Tatiana.
No total, a Polícia Federal cumpriu oito mandados judiciais, sendo dois mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão, em Teresina e em Timon (MA), e três de afastamento de função pública como vereadora e de cargos em comissão ocupados por investigados da Câmara Municipal de Teresina, da Alepi (Assembleia Legislativa do Piauí) e da Sesapi (Secretaria de Estado de Saúde do Piauí). Também foi presa uma pessoa que se encontrava com mandado de prisão preventiva em aberto.
Questionada, a Sesapi disse que não é alvo da investigação e que está prestando, junto aos órgãos competentes, as informações solicitadas, já que um servidor foi citado na operação.
A Alepi informou que foi notificada acerca da operação e que não possui, em seu quadro funcional, até o momento, nenhum servidor investigado na operação, além de não possuir qualquer envolvimento com os crimes investigados.
Em coletiva de imprensa, o procurador-geral da Câmara Municipal de Teresina, Pedro Rycardo Couto, afirmou que a servidora da Casa que foi alvo da operação era lotada no gabinete de Tatiana e foi exonerada em janeiro deste ano.
A cassação do mandato, explicou ele, só pode acontecer quando houver uma condenação transitada em julgado. Um suplente será convocado para assumir a cadeira 60 dias após o afastamento da parlamentar.
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