Veja quem são os denunciados no “núcleo 2” do suposto plano de golpe

Na terça-feira (22), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) avalia o caso de mais seis denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que teriam participado da suposta trama golpista de 2022.
Ao fim do processo, eles poderão ser condenados ou absolvidos pelo Supremo. Se houver condenação, ela será estipulada pelos ministros.
Os seis citados, conforme a PGR, formaram um grupo para articular ações a fim de “sustentar a permanência ilegítima” do então presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. A procuradoria os trata como o “núcleo 2” da denúncia.
Eles teriam cometido os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado, e envolvimento em organização criminosa armada.
Veja quem são e qual teria sido a atuação de cada um:
Silvinei Vasques
Segundo a denúncia, Silvinei teria utilizado sua posição como diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para montar, no dia do segundo turno das eleições para presidente em 2022, uma blitze da instituição.
A obstrução de caminhos seria com a intenção de evitar que os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegassem aos locais de votação e, dessa forma, facilitaria manter Bolsonaro à frente do Executivo.
Atualmente, Silvinei está em liberdade provisória e precisa usar tornozeleira eletrônica. Ele reside em Santa Catarina e, este ano, assumiu o posto de secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, município de 270 mil habitantes vizinho de Florianópolis.
Marcelo Câmara
O coronel da reserva tem formação nas Forças Especiais (FE) e atuou como Assessor Especial da Presidência da República de Bolsonaro.
Câmara teria sido responsável, segundo a Polícia Federal (PF) e a PGR, por monitorar a agenda e os deslocamentos do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele, então, repassaria as informações ao tenente-coronel Mauro Cid.
O militar foi alvo também de apuração na PF sobre o extravio de vendas de joias no exterior do acervo da Presidência da República, no governo Bolsonaro.
Mario Fernandes
O general é apontado, pela PGR, como responsável por elaborar o chamado Plano Punhal Verde e Amarelo, que supostamente planejava os assassinatos de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes.
O material do plano estava sob posse dele, quando a PF encontrou o texto. O militar era secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Bolsonaro.
Pela apuração da polícia, Fernandes imprimiu o planejamento no Palácio do Planalto e seguiu para o Palácio da Alvorada, onde estava o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Filipe Martins
O ex-assessor de Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro, segundo a denúncia da PGR, teria redigido uma minuta do golpe e apresentado o decreto ao então presidente.
Depois disso, Bolsonaro teria feito ajustes no texto na tentativa de obter apoio das Forças Armadas.
Martins ficou preso preventivamente durante seis meses no Paraná por supostamente ter deixado o Brasil no avião presidencial de Bolsonaro, rumo aos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022. A prisão, no entanto, foi revogada no ano passado.
Marília Ferreira de Alencar
Marília trabalhou com o ex-ministro Anderson Torres no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Quando ele saiu do cargo, na troca para o governo Lula, e assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Marília foi também.
Para a PGR, a conduta da delegada à época dos ataques de 8 de janeiro de 2023 descumpriu de forma deliberada o dever do cargo e houve omissão em prevenir os atos antidemocráticos.
Fernando de Sousa Oliveira
Assim como Marília, Fernando esteve no Ministério da Justiça e depois trabalhou na Secretaria de Segurança Pública do DF, dessa vez como secretário-adjunto.
Ele também teria sido omisso em alertar sobre o planejamento do 8 de janeiro e na prevenção da depredação da Praça dos Três Poderes.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Veja quem são os denunciados no “núcleo 2” do suposto plano de golpe no site CNN Brasil.
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