Aprosoja-MT patrocina evento da direita, mas diz não ver caráter partidário
Segundo a Aprosoja-MT, o patrocínio ao evento foi motivado pelo interesse dos associados em debater garantias constitucionais
A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT) foi um dos patrocinadores da última edição da Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC Brasil), realizada no início de julho. Embora o estatuto da associação proíba o apoio a eventos político-partidários, a Aprosoja-MT argumenta que a CPAC não se enquadra nessa restrição.
A CPAC Brasil ocorreu nos dias 6 e 7 de julho, em Balneário Camboriú (SC), e é organizada anualmente pelo Instituto Conservador Liberal (ICL-BR), presidido pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Apesar da presença majoritária de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no evento, a Aprosoja-MT afirmou que o encontro não teve caráter eleitoral ou político-partidário e foi financiado com recursos próprios. A informação foi publicada pelo blog de Míriam Leitão, do jornal O Globo, e confirmada pelo Estadão.
Segundo a Aprosoja-MT, o patrocínio ao evento foi motivado pelo interesse dos associados em debater garantias constitucionais como a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
No entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) questionam a transparência dos recursos gastos pela associação, especialmente porque ela recebe verba do Instituto Mato-grossense do Agronegócio (iAGRO). O deputado estadual Valdir Barranco (PT) solicitou que a Assembleia Legislativa do Mato Grosso convoque o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, para explicar o financiamento não apenas da CPAC Brasil, mas também dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O parlamentar também pediu a apresentação das contas da associação desde 2018.
Entre os presentes na CPAC Brasil estavam o presidente argentino, Javier Milei, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), e os deputados Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), Zucco (PL-RS) e Nikolas Ferreira (PL-MG), entre outros.
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